Da Vila Resistência para Munique: artista visual Rusha faz sua primeira exposição individual internacional

Da Vila Resistência para Munique: artista visual Rusha faz sua primeira exposição individual internacional

Fotos: Divulgação

​A artista visual Rusha, que faz parte do Ateliê Griô, espaço coletivo de arte e cultura vileira localizado na Vila Resistência, em Santa Maria, inaugura no sábado (9) a sua primeira exposição individual internacional, em Munique, na Alemanha.

Ao Diário, a artista contou que o convite partiu da curadora brasileira Mariana Sesma, que reside há anos em Munique e acompanha o trabalho da artista há algum tempo. Além de Mariana, assinam a curadoria da exposição Jéssica Carpa e The Artist and the Others. 


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‘A Voz da Filha’ traz as últimas produções de Rusha, voltadas a celebrar sua ancestralidade diante da realidade de ser uma mulher negra, que está construindo, a partir da arte, um outro imaginário para que o seu povo reconheça a grandeza que formam suas raízes, culturas, identidades, memórias e simbologias. 


O nome da exposição foi inspirado no poema ‘Vozes-Mulheres’, da escritora brasileira Conceição Evaristo, onde é narrada a trajetória de mulheres negras a partir de uma perspectiva de construção de memória, preservada e construída a partir de suas vivências, construções e histórias.

— ‘A Voz da Filha’ me coloca nesse lugar enquanto mulher preta e filha, capaz de resgatar a sua história, a partir do seu lugar, um lugar que carrega muitas memórias, saberes e fazeres de nossas ancestrais e, assim, busca a partir da arte resgatar um passado para projetar um presente e preparar um futuro — explica.

A artista visual, que também é educadora popular, ativista do movimento negro e produtora cultural, destaca que o alcance que o seu trabalho vem ganhando é uma conquista de todas e todos da Vila Resistência, território que a fortalece e constrói diariamente. 

— Me emociona muito, pois estamos há quase 8 anos aqui na vila caminhando para a construção de um território e mundo melhor, entendendo que essa construção precisa chegar a mais pessoas, para que vejam que é possível construirmos uma comunidade unida, acolhedora e afetuosa, onde uma moradia digna, acesso à cultura, arte, lazer, saúde e educação sejam acessos básicos e fundamentais para projeção de um outro futuro.


E por falar em futuro, é exatamente na conexão entre sua ancestralidade e o potencial dos que virão que Rusha se constrói como artista:

— Meu nome artístico vem de uma longa luta que o nosso povo trava por liberdade. Rusha vem do tronco linguístico banto e significa libertar-se. Para nós estarmos aqui hoje, muitas tiveram que ser luta e resistência. Como diz BK ( rapper, escritor e compositor brasileiro) “Nós somos a continuação de um sonho de quem veio antes da gente”. Poder ser inspiração para que outras mulheres pretas, pobres periféricas, não desacreditarem dos seus sonhos e entendam que juntas, se apoiando e fortalecendo, cada vez mais conseguiremos impulsionar umas às outras.


A exposição e 'A Voz da Filha' segue até o dia 21 de abril, na galeria super+CENTERCOURT, em Munique, na Alemanha. Quem quiser acompanhar a inauguração da exposição poderá assistir a transmissão neste sábado, às 9h (horário de Brasília), no perfil de instagram da artista: @rusha_silva.


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Nathália Arantes

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